Vivemos num contexto social em que os nossos
jovens possuem um preconceito e uma conceção bastante errada quanto à
disciplina da Matemática na escola, considerando-a como sendo a mais difícil e
inútil. Eles julgam-se incapazes para a apreender, logo obtêm um rendimento
muito aquém das suas capacidades. Porém, existem algumas questões que estão ao
alcance de todos: trabalho, persistência e força de vontade de vencer são
alguns dos ingredientes básicos que ajudarão muito ao virar desta página.
Por exemplo, é necessário estimular as crianças
desde novas a raciocinar, treinando a sua atenção e concentração ao máximo,
perante um novo desafio ou uma nova brincadeira. O jogo integra as várias
dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva; sobretudo os jogos em
equipa despertam o espírito de cooperação e de solidariedade entre todos, tendo
em vista um objetivo comum.
Dicas práticas para seu filho não ter medo dos números:
http://educarparacrescer.abril.com.br/matematica/
E ao longo do tempo é necessária também uma
apresentação da matemática que exerça algum poder de atração, conseguindo trazer
prazer e motivação para aprender cada vez mais.
A maior necessidade, no
estudo da matemática, é a de vencer o preconceito: frases como "não
gosto de matemática", "não consigo entender nada de matemática",
demonstra uma predisposição para não querer aprender.
Dessa forma surgirá de certeza uma Matemática com
mais significado e razão de existir, que propicia uma visão mais ampla e
científica da realidade e desenvolve a criatividade, construindo cidadãos mais
ativos e participativos.
Fazer
cálculos, resolver equações, saber onde e quando aplicar fórmulas matemáticas,
etc, pode ser, afinal de contas, um prazer, trazendo, por fim, uma enorme satisfação
interior e uma sensação de realização pelo feito alcançado. Urge combater
contra o nosso próprio medo de falhar, pois só sem medo e preconceito, mas
principalmente com dedicação, é que conseguiremos ir mais além.
E sendo eu
uma Professora de Matemática, sinto-me bastante grata à primeira grande mulher que
trabalhou e escreveu algum texto sobre Matemática, Hipatia, pois
como todos nós sabemos, durante séculos, num mundo de dominação essencialmente
masculina, a participação da mulher fora quase sempre restringida a ponto de lhe
ser proibido o acesso ao mundo intelectual.
"O simples aspecto da mulher, revela que ela
não é destinada nem aos grandes trabalhos intelectuais, nem aos grandes
trabalhos materiais." Schopenhauer in As Dores do Mundo (Esboço acerca
das mulheres )
"Mas quando uma pessoa pertencente ao sexo do
qual, de acordo com nossos costumes e preconceitos, é forçada a enfrentar
infinitamente mais dificuldades do que os homens para familiarizar-se com essas
pesquisas dificílimas, e consegue com êxito, penetrar nas partes mais obscuras
delas, não obstante, se para isso tenha de superar todas as barreiras
existentes, então essa pessoa tem necessariamente, a mais nobre coragem, os
mais extraordinários talentos e uma genialidade superior." Gauss, numa
carta a Sophie Germain, referindo-se ao trabalho dela.
Ela nasceu
em Alexandria por volta do ano 370 e, mais uma vez, com a trágica da sua morte em
415, muitos também consideram que termina com ela a gloriosa fase da Matemática
Grega. Só com o surgir do século XVIII, com a ajuda de Newton e Leibniz é que a Ciência toma um novo rumo, existindo já
se tinha uma maneira mais rigorosa e eficaz de explicar vários fenómenos da Natureza,
que cada vez mais se difundiram e se sofisticaram.
Já a Matemática
em Portugal, é uma questão de educação, tal como o próprio livro em baixo
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